13 julho 2014
07 fevereiro 2014
03 fevereiro 2014
As novas tendências do treinamento de força no futebol
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Sandro Sargentim*
A força é a capacidade física mais importante no ser
humano desde as atividades mais simples até os desportistas de alto
rendimento (Sargentim, 2010). Sem a força não existe movimento e sem
movimento não tem nenhuma atividade física. Após a ação muscular
acontecer todas as outras capacidades físicas recorrentes ao esporte
(velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação, lateralidade,
entre tantas) agem e são solicitadas.
Para a aplicação em atletas de alto rendimento, no decorrer das últimas décadas, a força foi a capacidade física mais estudada, analisada, discutida e disseminada para o ganho de alto rendimento (Badillo e Ayestarán 2001, Komi 2006, Wilson 2006).
A análise do ganho de rendimento de todos os desportes seja individual ou coletivo, cíclico ou acíclico, vem ao encontro da evolução e da aplicação pontual, precisa, fundamentada e específica do treinamento de força em cada modalidade. No futebol, esse panorama não podia ser diferente.
Os métodos de treinamento em qualquer modalidade (independente da capacidade física) devem ser aplicados de acordo com a exigência de cada esporte, respeitando o princípio básico e a chave do treinamento físico, o princípio da especificidade (Bompa 2001)
Ao longo dos anos, especialmente no decorrer da década de 90, era comum ver atletas e equipes realizando treinos de força iguais, sem alteração dos padrões de movimentos, todos executando os mesmos exercícios sem diferenciações de acordo com a modalidade e sua respectiva exigência motora.
Os atletas de vôlei, de basquete, de futebol, os nadadores, corredores de velocidade, maratonistas, entre tantos, realizavam os mesmos exercícios na maior parte das vezes.
Basicamente os aparelhos de musculação serviam como base de desenvolvimento da força para as modalidades. Cadeiras extensoras, adutoras e abdutoras, mesas flexoras, leg press, supino, pulley, remadas, e tantos outros, eram como “regras” os exercícios recomendados para as modalidades de forma geral, sem distinção das necessidades específicas de cada desporto.
Como tudo na vida evolui, e as atualizações são constantes, pesquisadores e profissionais notaram a necessidade de se encontrar métodos específicos para o desenvolvimento da força, determinante nos desportos de alto rendimento.
O avanço dos estudos levaram os profissionais a perceber, cada dia mais, que o importante não era analisar o ganho específico e isolado de cada músculo e sim da melhora no padrão de movimento de cada atleta de acordo seu desporto (Wilson 2006).
O princípio básico do treinamento de força esta voltado para a melhora no padrão de movimento, e não isolar os grupamentos musculares e suas articulações específicas (Boyle, 2010).
A partir desta ótica, que o movimento deve ser priorizado e não os músculos de forma isolada, a aplicação do treino de força ficou cada vez relacionado ao desporto do que os aparelhos de musculação.
Os exercícios com pesos livres, anilhas, barras, caixas para saltos, trenós, elásticos, kettlebell, entre outros, ganharam espaços dentro da aplicação dos meios e métodos de aplicação da força relacionada à especificidade do jogo de futebol.
Cada dia mais os exercícios de força são realizados fora dos aparelhos de musculação, agregando as principais articulações acometidas do jogo de futebol: tornozelo, joelho e quadril (Sargentim e Passos, 2012).
A linha que ainda persiste na aplicação dos exercícios nos aparelhos de musculação não esta relacionada a um erro de treinamento. Muito pelo contrário. O que se defende é apenas uma nova linha, que tem como objetivo atualizar e aperfeiçoar as formas de manipular a força de forma mais específica com o desporto.
A melhora do padrão de movimento do futebolista está relacionada não apenas às ações isoladas específicas como chute, saltos, giros, entre tantos, mas também aos movimentos realizados em alta intensidade como os movimentos potentes e os tiros de curta duração.
O equilíbrio muscular também tem uma atenção especial com essa forma de aplicação do treino de força. As lesões musculares estão relacionadas ao desequilíbrio entre os grupos musculares, especialmente nas ações excêntricas.
O fortalecimento isolado da musculatura não reflete a menor chance de prevenção de lesões musculares (Fischer-Rasmussen e cols, 2001).
Para executar o movimento buscando um equilíbrio maior entre as musculaturas agonistas, antagonistas e sinergistas, além da otimização da relação concêntrico/excêntrico, os exercícios mais indicados são os de cadeia cinética fechada (Faude e cols, 2005).
Os exercícios em cadeia cinética fechada são aqueles nos quais os segmentos distais ficam fixos ou encontram considerável resistência. (Campos e Coraucci Neto, 2004).
Na maior parte das vezes os exercícios em cadeia cinética fechada são realizados com pesos livres e/ou com poucos acessórios, priorizando as ações multiarticulares.
As atividades em aparelhos de musculação não repercutem a ação específica do atleta de futebol, ferem o princípio da especificidade, isolando cada grupamento muscular e indo contra a tendência moderna do treinamento de força, que é priorizar a melhora no padrão de movimento como um todo, gerando transferência para o rendimento específico do futebolista.
O ideal do treinamento de força no futebol não é adaptar nossos atletas para se tornarem grande e sem mobilidade. Muito pelo contrário. O intuito deste método é buscar cada vez mais atletas que possam ser mais rápidos, potentes, com maior mobilidade e sempre com uma menor chance de lesões.
Referencias bibliográficas:
Badillo, J.J.G.; Ayestarán, E.G. Fundamentos do treinamento de força: aplicação ao alto rendimento desportivo. Porto Alegre: Artmed, 2001. p-284.
Bompa, T. A periodização do treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2001.
Boyle, M. Functional Training for Sports. Champaign, IL: Human Kinetics, 2010.
Campos, M. A. ; Coraucci Neto B. Treinamento funcional resistido. Rio de Janeiro:Revinter. 2004. p. 319.
Faude, O.; Junge, A.; Kindermann, W.; Dvorak, J. Injuries in female soccer players. American Journal of Sports Medicine, v.33, n.11, p.1694-1700, 2005
Fischer-Rasmussen, T.; Jensen, T. O.; Kjaer, M.; Krogsgaard, M.; Dyhre-Poulsen, P.; Magnusson, S. P. Is proprioception altered during loaded knee extension shortly after ACL rupture? Int. Journal Sports Medicine, v.22, p. 385-391, 2001.
Komi, P. V. Força e potência no esporte. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.530.
Sargentim, S.: Treinamento de força no futebol. São Paulo:Phorte. 2010. p.120.
Sargentim, S.; Passos,T.: Treinamento funcional no futebol. São Paulo:Phorte. 2012. p.183.
Wilson, W. Rugby Fitness Training: A Twelve-Month Conditioning Programme. Crowood Press; illustrated edition. 2006 p-189.
*Sandro Sargentim é preparador físico de futebol e autor do livro "Treinamento de força no futebol". Além disso, é docente no curso de pós graduação em Treinamento Desportivo - UNiFmu/Gama Filho e Treinamento Funcional - Ceafi e coordenador da pós graduação em Ciências no Futebol - UniFmu.
Para a aplicação em atletas de alto rendimento, no decorrer das últimas décadas, a força foi a capacidade física mais estudada, analisada, discutida e disseminada para o ganho de alto rendimento (Badillo e Ayestarán 2001, Komi 2006, Wilson 2006).
A análise do ganho de rendimento de todos os desportes seja individual ou coletivo, cíclico ou acíclico, vem ao encontro da evolução e da aplicação pontual, precisa, fundamentada e específica do treinamento de força em cada modalidade. No futebol, esse panorama não podia ser diferente.
Os métodos de treinamento em qualquer modalidade (independente da capacidade física) devem ser aplicados de acordo com a exigência de cada esporte, respeitando o princípio básico e a chave do treinamento físico, o princípio da especificidade (Bompa 2001)
Ao longo dos anos, especialmente no decorrer da década de 90, era comum ver atletas e equipes realizando treinos de força iguais, sem alteração dos padrões de movimentos, todos executando os mesmos exercícios sem diferenciações de acordo com a modalidade e sua respectiva exigência motora.
Os atletas de vôlei, de basquete, de futebol, os nadadores, corredores de velocidade, maratonistas, entre tantos, realizavam os mesmos exercícios na maior parte das vezes.
Basicamente os aparelhos de musculação serviam como base de desenvolvimento da força para as modalidades. Cadeiras extensoras, adutoras e abdutoras, mesas flexoras, leg press, supino, pulley, remadas, e tantos outros, eram como “regras” os exercícios recomendados para as modalidades de forma geral, sem distinção das necessidades específicas de cada desporto.
Como tudo na vida evolui, e as atualizações são constantes, pesquisadores e profissionais notaram a necessidade de se encontrar métodos específicos para o desenvolvimento da força, determinante nos desportos de alto rendimento.
O avanço dos estudos levaram os profissionais a perceber, cada dia mais, que o importante não era analisar o ganho específico e isolado de cada músculo e sim da melhora no padrão de movimento de cada atleta de acordo seu desporto (Wilson 2006).
O princípio básico do treinamento de força esta voltado para a melhora no padrão de movimento, e não isolar os grupamentos musculares e suas articulações específicas (Boyle, 2010).
A partir desta ótica, que o movimento deve ser priorizado e não os músculos de forma isolada, a aplicação do treino de força ficou cada vez relacionado ao desporto do que os aparelhos de musculação.
Os exercícios com pesos livres, anilhas, barras, caixas para saltos, trenós, elásticos, kettlebell, entre outros, ganharam espaços dentro da aplicação dos meios e métodos de aplicação da força relacionada à especificidade do jogo de futebol.
Cada dia mais os exercícios de força são realizados fora dos aparelhos de musculação, agregando as principais articulações acometidas do jogo de futebol: tornozelo, joelho e quadril (Sargentim e Passos, 2012).
A linha que ainda persiste na aplicação dos exercícios nos aparelhos de musculação não esta relacionada a um erro de treinamento. Muito pelo contrário. O que se defende é apenas uma nova linha, que tem como objetivo atualizar e aperfeiçoar as formas de manipular a força de forma mais específica com o desporto.
A melhora do padrão de movimento do futebolista está relacionada não apenas às ações isoladas específicas como chute, saltos, giros, entre tantos, mas também aos movimentos realizados em alta intensidade como os movimentos potentes e os tiros de curta duração.
O equilíbrio muscular também tem uma atenção especial com essa forma de aplicação do treino de força. As lesões musculares estão relacionadas ao desequilíbrio entre os grupos musculares, especialmente nas ações excêntricas.
O fortalecimento isolado da musculatura não reflete a menor chance de prevenção de lesões musculares (Fischer-Rasmussen e cols, 2001).
Para executar o movimento buscando um equilíbrio maior entre as musculaturas agonistas, antagonistas e sinergistas, além da otimização da relação concêntrico/excêntrico, os exercícios mais indicados são os de cadeia cinética fechada (Faude e cols, 2005).
Os exercícios em cadeia cinética fechada são aqueles nos quais os segmentos distais ficam fixos ou encontram considerável resistência. (Campos e Coraucci Neto, 2004).
Na maior parte das vezes os exercícios em cadeia cinética fechada são realizados com pesos livres e/ou com poucos acessórios, priorizando as ações multiarticulares.
As atividades em aparelhos de musculação não repercutem a ação específica do atleta de futebol, ferem o princípio da especificidade, isolando cada grupamento muscular e indo contra a tendência moderna do treinamento de força, que é priorizar a melhora no padrão de movimento como um todo, gerando transferência para o rendimento específico do futebolista.
O ideal do treinamento de força no futebol não é adaptar nossos atletas para se tornarem grande e sem mobilidade. Muito pelo contrário. O intuito deste método é buscar cada vez mais atletas que possam ser mais rápidos, potentes, com maior mobilidade e sempre com uma menor chance de lesões.
Referencias bibliográficas:
Badillo, J.J.G.; Ayestarán, E.G. Fundamentos do treinamento de força: aplicação ao alto rendimento desportivo. Porto Alegre: Artmed, 2001. p-284.
Bompa, T. A periodização do treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2001.
Boyle, M. Functional Training for Sports. Champaign, IL: Human Kinetics, 2010.
Campos, M. A. ; Coraucci Neto B. Treinamento funcional resistido. Rio de Janeiro:Revinter. 2004. p. 319.
Faude, O.; Junge, A.; Kindermann, W.; Dvorak, J. Injuries in female soccer players. American Journal of Sports Medicine, v.33, n.11, p.1694-1700, 2005
Fischer-Rasmussen, T.; Jensen, T. O.; Kjaer, M.; Krogsgaard, M.; Dyhre-Poulsen, P.; Magnusson, S. P. Is proprioception altered during loaded knee extension shortly after ACL rupture? Int. Journal Sports Medicine, v.22, p. 385-391, 2001.
Komi, P. V. Força e potência no esporte. Porto Alegre: Artmed, 2006. p.530.
Sargentim, S.: Treinamento de força no futebol. São Paulo:Phorte. 2010. p.120.
Sargentim, S.; Passos,T.: Treinamento funcional no futebol. São Paulo:Phorte. 2012. p.183.
Wilson, W. Rugby Fitness Training: A Twelve-Month Conditioning Programme. Crowood Press; illustrated edition. 2006 p-189.
*Sandro Sargentim é preparador físico de futebol e autor do livro "Treinamento de força no futebol". Além disso, é docente no curso de pós graduação em Treinamento Desportivo - UNiFmu/Gama Filho e Treinamento Funcional - Ceafi e coordenador da pós graduação em Ciências no Futebol - UniFmu.
31 dezembro 2013
EXERCITAÇÃO DA RELAÇÃO LATERAL / ATACANTE
RELAÇÕES: Intersetorial
TEMPO: Estímulos de 15/20
segundos
ESPAÇO: 15mx15m meio campo / proximidades
da área.
JOGADORES: Grupo todo.
MATERIAIS: Coletes, Demarcadores
e Bolas.
REGRAS:
Atenção a troca dos jogadores jogada à jogada.
TREINA BASICAMENTE:
- Retirada da Pressão
Diagonal;
- Relação Lateral /
Atacante (Aberto / Fechado);
- Circulação em Espaço
Curto;
- Mecanismos de
Ataque;
ORGANIZAÇÃO DO EXERCÍCIO:
O exercício busca fundamentalmente a saída da zona
de pressão, buscando o jogo de lado com um dos atacantes e um lateral. Num
primeiro momento jogam dentro do quadrado 4x4, uma das duas equipes terá que
trocar três passes, e a partir daí tentar sair do quadrado, quando isso ocorrer
um dos atacantes e o lateral do lado escolhido irão sair, junto com o atacante
oposto em um 3x2, sendo que estes dois são zagueiros (de vermelho) que já
esperam na zona intermediária, pode-se acrescentar o meia entrando por trás
formando um losango de ataque.
Grande abraço.
Luis Esteves
Luis Esteves
Os Padrões das Grandes Seleções na Copa das Confederações 2013: a Finalização e o Gol
Os padrões e as relações entre volume e aproveitamento de sequências ofensivas que terminam em finalização e/ou gol
“O futebol é um
esporte obcecado e distraído pela beleza”
(Anderson e Sally in Os Números do Jogo, 2013, p. 45)
Em
sequência ao artigo anterior em que a ação técnica discutida foi o passe (Parte 1 – O Passe), dados sobre finalizações e gols são aqui apresentados de maneira
a complementar a leitura dos padrões apresentados pelas equipes. O passe nos
informa como a equipe “transporta” a bola para chegar ao gol, enquanto a
finalização aponta o padrão de desfecho da jogada. É importante atentar para o
fato de que a finalização acontece quando uma sequência ofensiva é bem sucedida
e a bola não é perdida durante a mesma (a sequência ofensiva). E a finalização
é essencial para que a equipe faça gols. Portanto o volume, o tipo e o
aproveitamento de finalizações tem relação direta com o sucesso de uma equipe.
Assim
como no artigo anterior, os números nas figuras a seguir estão divididos de
acordo com a fase da competição (Primeira Fase com três jogos, Segunda Fase com
dois jogos sendo semifinal e final ou disputa do terceiro e quarto lugares). E
também em valores absolutos (número de finalizações totais) e média (número
total dividido pelo número de jogos respectivo).
Figura 1 – Comparação entre a Primeira e Segunda Fase (Finalizações) |
A
seleção com maior decréscimo no número de finalizações foi a Espanha, porém ela
criou um índice muito alto na primeira fase e mesmo sendo a equipe que mais
finalizou em média na segunda fase, teve como produto final uma performance em
decréscimo. Todas as outras seleções tiveram um aumento significativo no volume
de finalizações. Pode-se constatar também que as duas equipes que apresentaram
maior crescimento na comparação das duas fases ficaram fora da final. A média
de finalizações na segunda fase foi muito próxima entre as equipes, com o
Uruguai ficando um pouco abaixo dos outros.
Figura 2 – Comparação entre a Primeira Fase e o Resultado Final (Finalizações) |
A
quantidade de finalizações apresentou uma mudança relativamente alta entre a
primeira fase e o resultado final. E essa mudança pode ter acontecido em
decorrência dos jogos eliminatórios. Como pode-se constatar nas duas próximas
figuras, esse aumento na média de finalizações de três seleções e a diminuição
da média de uma delas não teve uma transferência direta no aumento do número de
gols. Muito pelo contrário, todas as seleções diminuíram a média de gols nas
duas partidas finais. Ao que parece, com a melhora do nível dos adversários,
eram necessárias também mais finalizações para se chegar ao gol (qualidade dos
goleiros, provavelmente).
Olhando friamente para os números, não é possível relacionar diretamente a quantidade de finalizações com os gols, porque as finalizações têm características próprias e podem ser classificadas em alguns tipos (essa é outra discussão). Em geral, as finalizações que são construídas por uma equipe que pressiona alto são diferentes daquela que uma equipe que contra-ataca obtém durante uma partida.
Olhando friamente para os números, não é possível relacionar diretamente a quantidade de finalizações com os gols, porque as finalizações têm características próprias e podem ser classificadas em alguns tipos (essa é outra discussão). Em geral, as finalizações que são construídas por uma equipe que pressiona alto são diferentes daquela que uma equipe que contra-ataca obtém durante uma partida.
Figura 3 – Comparação entre a Primeira e Segunda Fase (Gols)
|
A
seleção brasileira foi aquela que conseguiu sustentar uma média mais próxima da
obtida na primeira fase e não por acaso, sagrou-se campeã. A Espanha, mesmo
sendo a equipe que mais finalizou em média nos dois jogou não marcou gols nessa
fase, com uma queda vertiginosa de aproveitamento de finalizações. Esses
resultados podem indicar que a equipe campeã de uma competição de alto nível,
não apenas tem um padrão de rendimento alto em relação aos seus competidores,
como consegue sustentá-lo sob circunstâncias desfavoráveis, sendo resiliente,
flexibilizando em resposta aos novos problemas gerados pelos sistemas
defensivos mais elaborados que enfrenta nos jogos decisivos.
Figura 4 – Comparação entre a Primeira Fase e o
Resultado Final (Gols)
|
Todas
as seleções marcaram menos gols em média nos jogos eliminatórios. Três
finalizaram mais do que na primeira fase e aquela que finalizou menos do que na
primeira fase em média, ainda sim finalizou mais do que as outras (a Espanha no
caso). A diferença foi o aproveitamento. O gol é produto de boas decisões-ações
tomadas-realizadas individual e/ou coletivamente, simultâneas e/ou em sequência
que, relativas ao problema proposto pelo jogo, são suficientes para resolvê-lo
(o problema).
A
empresa Opta Sports registrou 2.842 eventos na final da Liga dos Campeões entre
Inter de Milão e Bayern de Munique. Dois desses eventos foram os gols marcados
por Diego Milito que deram o título à Inter. Ou seja, foi um gol a cada 1.421
eventos (Anderson e Sally, 2013). Marcar um gol é produto de muitas
ações e tem relação com todas as variáveis interferentes, afinal, ele é o
grande alvo das equipes. Marcar gols gasta energia, energia complexa. Finalizar
mais gasta energia e ao que parece, pode ou não resultar em mais gols. Esse
balanço deve ser feito pela equipe. Quando, como e se finalizar quais as
consequências virão.
Referências Bibliográficas
Anderson,
C. e Sally, D. Os números do jogo:
por que tudo o que você sabe sobre futebol está errado. Tradução: André Fontenelle. São Paulo, 2013.
FIFA.
Disponível em: http://pt.fifa.com/confederationscup/statistics/index.htm.
Acesso em: 05/07/2013.
Leitão,
R.A.A. Ciências do esporte aplicadas ao
futebol: reflexões sobre a organização do jogo. 2008. 101 f. Livro
didático de apoio. Curso de especialização em futebol e futsal.
Universidade Gama Filho, 2008.
15 dezembro 2013
Sexta-feira, 13 de Dezembro de 2013
Juan Carlos Garrido - "Jogo das Bolas Paradas"
Exercícios do novo Treinador do Real Bétis de Sevilha
Exercício para Treinar as Bolas Paradas Defensivas e Respetiva Transição Ofensiva:
Situação GR+6x6+GR (com 6 jogadores a cruzar)
Descrição:
Divide-se o grupo em 3 equipas de 6 jogadores. Duas equipas jogam dentro
do espaço de jogo uma situação de GR+6x6+GR enquanto os jogadores da
outra equipa ficam por fora do espaço de jogo a marcar as "bolas
paradas". Os jogadores exteriores alternam 1 cruzamento aéreo para a
grande área, com a colocação da bola curta no pé de um atacante e assim
sucessivamente. Após a bola entrar em jogo as equipas têm 10 segundos
para marcar/evitar o golo. No final do tempo estipulado as equipas
trocam de funções.
13 agosto 2013
1-4-2-3-1: da Solução Estrutural à Solução de Fato
Partindo dos problemas estruturais a serem resolvidos no jogo, esse esquema tático vem sendo muito utilizado pelos treinadores atualmente
“Tão importante
quanto visualizá-la de maneira estática é o
treinador
compreender toda a dinâmica relacional da plataforma”
(Zago in Arruda et al, 2013, p. 441)
O
esquema tático (ou plataforma tática) 1-4-2-3-1 vem sendo muito utilizado por
todo o futebol mundial, inclusive no Brasil. Assim como aconteceu com o
1-4-4-2, depois com o 1-3-5-2, o 1-4-2-3-1 passou a ser visto como a solução de
todos os problemas. Entender porque um esquema tático se torna mais “popular”
entre os treinadores talvez seja tão ou mais fundamental do que entender o
próprio esquema. Em geral, esse esquema se apresenta das seguintes formas
apresentadas abaixo.
Figura 1 – Variações estruturais básicas do 1-4-2-3-1 |
Basicamente,
o 1-4-2-3-1 se apresenta nas três formas apresentadas acima ao longo do jogo e,
dependendo das características dos jogadores e da proposta de jogo com mais
regularidade em uma delas, porém passando ocasionalmente pelas outras duas. Na
estruturação original, o primeiro campo corresponde ao esquema montado com dois
volantes e três meias. No campo central, os alas devem possuir características
para tal função. E no campo da direita, as características dos jogadores das
laterais da linha de meias (?!) normalmente são atacantes que não de
referência.
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