A Inglaterra venceu o Brasil por 2 a 1, no estádio de Wembley, em
Londres. O esquema tático da Inglaterra foi o 4-1-4-1. O esquema tático
do Brasil foi o 4-2-3-1. O jogo marcou a reestreia de Felipão à frente
da Seleção Brasileira.
Análise tática
No 4-2-3-1, o Brasil começou o jogo com Neymar pela direita, Oscar pelo
centro e Ronaldinho pela esquerda. Mas óbvio se impôs e Neymar foi jogar
ao lado de Ronaldinho, revezando de posição com ele entre centro e
esquerda. Oscar ficou pela direita e, de vez em quando, trocava de
posição com Neymar pelo centro.
O maior problema do ataque brasileiro foi o isolamento de Luís Fabiano.
Problema que se repetiu no segundo tempo com Fred, apesar do gol e de
uma bola na trave ainda no início. O isolamento do centroavante no
4-2-3-1 vem desde Parreira, em 2010, e se repetiu com Mano Menezes. O
4-2-3-1 é um esquema que não favorece o centroavante. Podem observar.
A Inglaterra jogou melhor. No 4-1-4-1, conseguiu criar mais chances e
mostrou mais qualidade quando teve a bola. Gerrard atuou como o “1”
entre a linha de defesa e a de meio-campo. Foi o volante-armador e jogou
livre, sem marcação, e protegido para pelos meias centrais, Wilshere e
Cleverley, para pensar o jogo e fazer lançamentos.
No segundo tempo, Walcott, apagado na primeira etapa, acordou e fez
muitas jogadas pela ponta direita. Foi o destaque da seleção inglesa no
segundo tempo. Na primeira etapa, a Inglaterra centralizou muito o jogo,
inclusive com seus laterais, que avançavam em diagonal. O que foi uma
boa estratégia, diga-se, já que com volantes que gostam de sair para o
jogo, o Brasil marcava mal pelo miolo. O primeiro gol inglês, inclusive,
saiu pelo centro, com Rooney.
Os laterais brasileiros, por sua vez, pouco avançaram e praticamente não
fizeram jogadas de linha de fundo. Aliás, só Adriano chegou à linha de
fundo uma vez pelo Brasil. E não cruzou. Centroavante sofre no 4-2-3-1
em que os jogadores laterais não vão à linha de fundo... No segundo
tempo, com Neymar mais fixo pela esquerda, enfim saíram mais jogadas
pela ponta.
Destaques do jogo
Ronaldinho foi mal. Não foi bem pelo centro nem pela esquerda. Não
qualificou o passe no meio, como se esperava, e ainda errou um pênalti.
Oscar vai melhor por ali. Mas Oscar também não se apresentou bem, assim
como Neymar brilhou como de costume. Dante, o estreante, não
comprometeu. David Luiz também não. Júlio César voltou bem e fez grandes
defesas. Salvou o Brasil de levar mais gols. Ramires é um ótimo
jogador, mas é mais adequado para estratégias em que se utiliza o
contra-ataque ou três volantes. Com dois volantes, o melhor é ter um
jogador com melhor passe, que possa armar o jogo quando os três meias
atacantes estiverem marcados. Arouca é mais adequado.
Entre os ingleses, destaco o esquema tático inteligente, com Gerrard
como volante-armador, protegido pelos meias centrais da linha de quatro.
Ali ele pensa, passa e arma o jogo. Walcott incendiou o jogo no segundo
tempo, ganhando todos os embates com Adriano. Welbeck não foi bem no
ataque, assim como seu substituto, Milner. Entretanto, ambos, assim como
Ashley Cole e Baines, não permitiram nenhuma jogada em seu setor, seja
com Oscar, Neymar, Lucas ou Daniel Alves. Wilshere, com sua juventude e
técnica, permitiu que Lampard e Gerrard pudessem brilhar ainda mais.