12 fevereiro 2013

ESQUEMAS TÁTICOS DE FUTEBOL

Aqui estão as táticas empregadas no futebol
ao longo de mais de 100 anos de existência 



3-5-2
Esse sistema foi muito utilizado a partir da Copa de 1990 na Itália, pois muitas seleções o utilizaram naquele torneio. Veio como uma alternativa para marcar o 4-4-2, visto que os 3 zagueiros garantiriam a sobra a todo momento. Os “laterais” nesse sistema passam a ser chamados de alas porque ganham novas funções tanto na parte defensiva quando devem marcar mais “por dentro” quanto na parte ofensiva quando tem participação ativa na armação do jogo. A inteligência e as características dos alas são fundamentais para que esse sistema de jogo funcione.
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A campeã italiana montou um esquema acreditando na habilidade do meia francês Zidane.

A Juventus jogou com: 1- Peruzzi, 2- Brindelli, 3- Montero, 4- Ferrara (Iuliano); 5- Di Livio, 8- Deschamps, 6- Davids, 7- Torricelli, 9- Zidane; 10- Del Piero, 11-InzaghiO esquema é bem flexível. O time joga num 3-4-1-2, mas se Torricelli recuar, estabelece-se um 4-4-2 ou mesmo um 4-3-1-2. O hábil meia Zidane cuidava das armações das jogadas, auxiliado por Dvids e Deschamps, que também tinham funções de marcação. Os alas também apoiavam constantemente, municiando Del Piero e, mais à frente, Inzaghi. A equipe, quando atacada, defendia-se com os 3 zagueiros, os dois laterais e os dois volantes (Davids e Deschamps), ou seja, 7 jogadores. Quando o time atacava, todo o meio-de-campo e os alas ajudavam os atacantes Del Piero e Inzaghi. Os lançamentos em profundidade de equipes adversárias não costumava ter sucesso, visto que a equipe jogava bem fechada atrás.

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A Internazionale montou um esquema todo voltado pra Ronaldo

A Inter formou com: 1- Pagliuca, 2- Zanetti, 3- West, 4- Bergomi, 6- Sartor; 5- Simeone, 8- Zé Elias, 7- Moriero, 9- Zamorano, 11- Djorkaef; 10 - Ronaldo
O esquema 4-2-3-1 favorece, claramente, a habilidade do brasileiro Ronaldinho. São 2 zagueiros centrais, 2 laterais, 2 meias de marcação, 3 meias ofensivos e apenas um atacante. A formação parece defensiva, o que não é verdade, visto que Moriero, Zamorano e Djorkaef têm características bem ofensivas. Além disso, Zé Elias costumava avançar, ajudando o ataque. Quando a equipe está perdendo, os 3 meias ofensivos (ou algum deles) podem encostar mais em Ronaldinho, podendo tornar o esquema um 4-2-2-2, um 4-4-2 (em caso de vitória parcial da equipe, voltando-se os meias ofensivos) ou ainda um 4-2-4 (mais raramente). Os meias podem, ainda, juntar-se em linha, formando um 4-5-1. Conclui-se, portanto, que o esquema é bem versátil e é favorecido pela boa qualidade técnica dos jogadores. Quando a equipe ataca, isso acontece com no mínimo 4 jogadores, que costumam ser apoiados pelos laterais. Quando defende, consegue aglomerar, se preciso, 8 jogadores fechando o meio e a defesa. Na frente, Ronaldinho faz os gols necessários, sempre auxiliado pela linha de 3 meias ofensivos.
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A Noruega jogou na Copa de 1998 com um esquema inovador

1- Grodas, 2- Berg, 4- Eggen, 3- Johnsen, 6- Bjornebye; 10- Havard Flo, 11- Leonhardsen, 7- Mykland, 5- Rekdal, 8- Strand (Riseth); 9- Tore A. Flo

O técnico Egil Olsen montou sua equipe num 4-5-1 com o meio-de-campo jogando em linha. Os meias tinham funções defensivas e ofensivas e o esquema poderia ser transformado num 4-4-2 ou num 4-6-0 quando fosse necessário. As jogadas de ataque costumavam basear-se em cruzamentos para o grandalhão Tore Flo, que cabeceava para fora da área, onde se encontrava um meia que chutava a gol. As jogadas de ataque costumavam ser comandadas por Mykland. Na prática, a equipe norueguesa mostou um esquema com jogadores bem defensivos, capazes de fechar o meio e ajudar a defesa. Quando necessário, Tore recuava para fechar o meio, não ficando assim qualquer homem à frente.

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O Líbero A função de líbero foi criada na Europa com o intuito de ser mais uma proteção à zagaO número 3 do esquema acima é o líbero O verdadeiro líbero joga atrás dos zagueiros, mas também tem obrigações ofensivas, apoiando e atacando. A função de líbero é, portanto, muito difícil de ser executada. Poucos foram aqueles que executaram essa função com perfeição. Beckenbauer foi o mais perfeito de todos os líberos, mas pode-se ainda citar Matthäus e Baresi, além de outros.
Na verdade, o líbero é responsável por proteger o gol, quando a defesa joga mais à frente. Caso a defesa marcasse mais atrás, perto do goleiro, não haveria necessidade do líbero. O líbero é quem joga na sobra da defesa. Teoricamente, ele ainda impede grandes espaços entre os zagueiros e o goleiro, dificultando assim, lançamentos em profundidade e o avanço livre de atacantes velozes.

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4-2-4
A Seleção Brasileira de 1970 foi a mais brilhante equipe que já passou por um campo de futebol:
Técnica aliada à tática, uma combinação perfeita

O Brasil de 1970 era formado por: 1- Felix, 2- Carlos Alberto, 3- Britto, 5- Piazza, 4- Everaldo; 6- Clodoaldo, 8- Gerson; 11- Rivelino, 7- Jairzinho, 10- Pelé, 9- TostãoApesar do 4-2-4, o time jogava posicionado muito recuado para a época, sempre buscando o contra-ataque.Quando o time defendia, todo o time voltava, ficando só Tostão, que era o reserva natural de Pelé até antes de Zagallo assumir a Seleção, na frente. Quando tomava a bola, o time partia em bloco para o contra-ataque. Gérson comandava o meio-de-campo e chegava ao gol, Jairzinho fechava tanto pelo meio, quanto abria pelas pontas e Tostão era o homem mais à frente, sempre comandando o ataque com Pelé. O time, enfim, atacava com no mínimo 4 jogadores, mas comumente atacava com 5 ou 6 jogadores. O time contava ainda boas jogadas ensaiadas e nuances táticas, como o avanço de Piazza até o meio-de-campo e a rolada de bola de Pelé para o capitão Carlos Alberto chutar de fora da área.
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2-3-5
O Flamengo de 54 sagrou-se campeão estadual e revelou uma ótima equipe
1- Garcia, 2- Tomires, 3- Pavão; 4- Jadir, 5- Dequinha, 6- Jordan; 7- Joel, 8- Rubens, 9- Índio, 10- Evaristo, 11- ZagalloO primeiro esquema tático adotado no futebol moderno foi o 2-3-5. É óbvio que a preocupação defensiva era mínima e primava-se pelo futebol ofensivo. Não eram incomuns goleadas homéricas, graças à fragilidade das defesas. O center-half (no exemplo Dequinha) era, comumente, o mais hábil jogador do time. Organizava as jogadas, passava curto e lançava em profundidade, além de marcar. Foi dele que originou-se o volante. Dos halfs direito e esquerdo (Jadir e Jordan, no exemplo) originaram-se os laterais e alas. Os times também tinham um centroavante (ou center-forward), que jogava pelo meio (Índio), 2 meias atacantes (Rubens e Evaristo) e dois pontas (Joel e Zagallo). Os zagueiros não costumavam avançar. Os meias tinham mais funções ofensivas do que defensivas e os atacantes não voltavam. Um time costumava atacar com 6 a 8 atacantes contra 2 a 4 zagueiros, o que causava óbvia fragilidade defensiva. Vale ainda lembrar a excepcional qualidade técnica de boa parte dos atacantes da época, dificultando ainda mais o trabalho defensivo.
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WM O WM foi considerada uma das primeiras organizações táticas no futebolRepare que as linhas pretas, unidas, formam o desenho de um W e de um M
No fim da década de 20, na Inglaterra, o inglês Chapman criou o WM. Esse esquema foi trazido para o Brasil através do técnico Dori Krueschner. Eram 3 zagueiros (números 2, 3 e 4), dois meias defensivos (5 e 6), dois meias ofensivos (8 e 7) e três atacantes (9, 10, e 11). A essência do novo esquema de Chapman era o recuo do centromédio (número 3), de modo que ele exercesse a função de um zagueiro central. A defesa ficou mais protegida com o estabelecimento de 2 meias defensivos, o que possibilitou uma melhor marcação dos atacantes adversários.
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Ferrolho A Suíca inventou o Ferrolho Suíço, que fez sucesso no futebol

A Suíça formava com: 1- Huber, 3- Minelli, 2- Lehmann, 4- Springer, 5- Vernati; 6- Loertschner, 8- Amado; 7- Abbegglen III, 10- Bickel, 9- Wallaschek, 11- Aeby

Em 1935 o técnico austríaco Karl Rappan, dirigindo a Suíça, criou o Ferrolho (Riegel). No Ferrolho, um zagueiro jogava mais trás, fixo, protegido por mais 3 zagueiros (no esquema, os números 2, 4 e 5) e 1 ou 2 atacantes ajudando o meio (números 6 e 8), sendo que um jogava mais atrás, enquanto o outro era o grande responsável pela ligação om o ataque. O esquema foi inovador e surpreendente, eliminando, inclusive, a Alemanha. Várias variações deste esquema foram adotadas na Copa de 62 e a base teórica deste esquema (marcação sob pressão, meias/atacantes marcando e zagueiro fixo) é adotada até hoje.

Modelo de jogo apoiado no esquema tatico 4-3-3


Modelo de jogo apoiado no esquema tatico 4-3-3

Posted by Valter Correia on November 19, 2012 at 10:15 AM
        Após a longa e contínua aprendizagem acerca organização tática, e após a análise da relação entre o modelo de jogo e o clube, decidimos publicar um artigo, representado um modelo de jogo para o esquema tático 4-3-3. Este modelo de jogo é dinâmico, com tendência ofensiva, e procura aproximar-se da baliza através da elevada amplitude.

        Este modelo de jogo será apresentado através das fases do jogo, sobre as quais já derivamos bastante atenção na nossa comunidade. A compreensão do processo defensivo e ofensivo auxilia na leitura deste modelo de jogo.

       Saída de jogo


  • A saída de jogo é sempre efetuada com largura máxima
  • A equipa posiciona-se para trocar a bola no flanco por onde sai a jogar
  • O lateral e extremos contrários ao flanco por onde a equipa sai a jogar posicionam-se para inverter o jogo pelo ar. O lateral está sempre pronto para receber a bola em zonas baixas e o extremo sempre pronto para receber a bola em zonas altas
  • O avançado-centro mantém-se em linha com os defesas-centrais adversários, pronto para explorar as costas da defesa
  • O médio-centro do lado da saída de jogo está sempre pronto para entrar em contenção ou receber a bola
  • O médio-centro contrário ao lado da saída de jogo está sempre pronto para receber a bola e inverter pelo chão para o flanco contrário ou então para subir no terreno e servir a posição atrás do avançado




  
        Construção de situações de finalização

  • O lateral tem autorização para efetuar um cruzamento a partir do meio-campo, direcionado para as costas da defesa, assim como tem espaço para progredir com a bola em direção diagonal
  • O extremo do lado do ataque coloca-se em largura para receber a bola e cruzar
  • O extremo contrário está pronto para finalizar ao poste contrário ao lado do ataque, ou então para abrir em largura e receber a bola na inversão de flanco
  • O médio-centro mais avançado está pronto para receber a bola e rematar de longe, assim como para rematar de longe
  • O avançado está sempre pronto para finalizar e é bastante móvel.
  • O lateral contrário fica atrás, apoiando a defesa.





  
        Situações de finalização

  • O extremo contrário ao cruzamento ataca um poste e o avançado ataca o outro poste
  • O médio-centro mais avançado coloca-se à entrada da área
  • O lateral ofensivo aproxima-se da área, para recuperar ou receber a bola e voltar a cruzar
  • O extremo do lado do ataque mantém a pressão sobre o adversário, sempre pronto para voltar a receber e cruzar
  • Os três defesas e os dois médios mais recuados, mantém a formação 3-2








  
        Equilíbrio defensivo

  • A defesa procura não descer as linhas e o ataque desce as linhas o mais rapidamente possível, criando elevada pressão no meio campo.
  • Se possível, o ataque pressiona ao descer as linhas
  • O médio-centro mais avançado recua na direção da bola
  • O extremo e o lateral do lado do ataque recuam verticalmente no seu corredor, o mais rapidamente possível.
  • O extremo contrário recua e fecha o seu corredor. Se necessário, pressiona no meio campo para elevar a pressão
  • Os defesas-centrais e os médios recuados formam um quadrado, mantendo a contenção e a cobertura defensiva






  
        Recuperação defensiva

  • A equipa organiza-se em 4-4-2, com duas linhas de contenção e cobertura defensiva
  • As linhas são recuadas ligeiramente, mas a pressão no meio campo é mantida.
  • O médio-centro mais avançado assim como o avançado-centro mantém-se prontos para receber a bola quando esta é recuperada
  • O extremo do lado do ataque pressiona sobre o portador da bola e o extremo contrário prepara-se para contra-atacar com direção vertical
  • Se a bola for recuperada, ou o médio-centro mais avançado e o atacante assumem a posse de bola ou o extremo contrário recebe a bola na inversão de flanco. O avançado está sempre pronto para atacar as costas da defesa






  
        Defesa propriamente dita

  • Os quatro defesas formam uma linha de cobertura defensiva
  • Os médios ocupam o espaço em frente aos defesas e pressionam bastante
  • Cada extremo ocupa o seu corredor
  • O avançado mantém-se algo afastado para receber a bola se esta for recuperada em condições para tal
  • A equipa flutua de acordo com o centro do jogo
  • Uma vez que as linhas estão mais baixas, a equipa mantém a posse de bola quando a recuperar. Se possível, tenta levar a bola até ao meio campo e mantê-la nessa zona, até que a equipa adversária recue







  









       Movimentações



       Figura 1 - Em largura máxima, o lateral ou extremo passa a bola ao médio-centro mais avançado, que por sua vez passa a bola para o avançado, direcionada para as costas da defesa
        Figura 2 - O lateral ou extremo aproveita a oportunidade para cruzar do meio-campo para as costas da defesa
        Figura 3 - O lateral ou extremo coloca-se profundo e largo para receber a bola e cruzar
        Figura 4 - Se o adversário está posicionada de um lado do campo, a equipa aproveita a oportunidade para inverter o flanco de jogo e explorar o espaço livre
        Figura 5 - O médio-centro do lado do centro do jogo fica sempre em apoio, o médio-centro contrário sobe bastante e o trinco fica sempre atrás
        Figura 6 - As linhas de marcação mantém-se sempre subidas