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Serie de exercícios para ensinar novos processos aos jogadores
De Valter Correia on April 8, 2013 at 4:05 PM |
Primeira parte - Preparar o treino
Vamos supor que pretendemos criar situações de finalização através de cruzamentos, e que pretendemos criar situações de cruzamento sem oposição no flanco direito. Então, sabemos que podemos fazer uso de combinações diretas para lançar jogadores em profundidade no flanco direito, assim como ações de criatividade. Sabemos que devemos incluir o passe, a desmarcação, o cruzamento e a finalização na nossa sessão de treino, e precisamos de desenvolver exercícios baseados nessas quatro diretrizes, com aquecimento incluído.
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Porque razão devemos incluir essas diretrizes no treino de aquecimento?
No início do treino, os jogadores tem ainda que adaptar a mente às condições de treino para só depois mostrar evolução, ou seja, primeiro, a mente do atleta estuda o que se está a passar, absorve os vários estímulos, organiza-os mentalmente e só depois formula respostas para o meio ambiente. Portanto, estuda o meio ambiente para depois reagir. Os exercícios de aquecimento servem para criar uma adaptação dos jogadores ao treino que vão ser submetidos. Assim, quando os jogadores praticarem os exercícios de desenvolvimento, a sua mente já está pronta para os mesmos.
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Segunda parte - Aquecimento - 10 a 15 minutos
Sabemos que, para esta sessão de treino, necessitamos de passar a bola, cruzar, desmarcar e finalizar. Então, vamos criar um aquecimento breve para preparar os jogadores. Este exercício pode ser feito em frente à baliza, precisamente no flanco direito, onde pretendemos criar o nosso processo de jogo. Este exercício tem quatro fases:
1- Passe longo em frente à baliza para os dois jogadores que vão dar início à jogada
2- O jogador que recebe segura a bola, passa ao segundo jogador e desmarca-se em profundidade para receber a bola no espaço
3- O jogador lançado em profundidade segura a bola, e prepara-se para cruzar. O jogador que o lançou em profundidade, segue para a área de finalização para finalizar o cruzamento
4- O jogador que cruza volta para a sua base, e o jogador que finaliza, após passar para o seu colega, volta também para a sua base. Repetem o exercício, cruzando e finalizando à vez.
Terceira parte - Exercícios de adaptação - 15 a 25 minutos
Creio que o nome exercícios de adaptação seja o melhor nome que posso dar a esta fase do treino. Uma vez que os jogadores já realizaram o respetivo aquecimento, está na altura de entrar em exercícios com mais dificuldade, com oposição, cujo único objetivo é desenvolver índices individuais e coletivos e não índices táticos. Estes exercícios servem apenas para treinar os jogadores, habituá-los a realizar as ações rápida e coordenadamente. |
O segundo exercício, o treinador deve dividir os grupos de jogadores em pares, e pontuar cada grupo por cada cruzamento bem conseguido. Cruzar bem implica conseguir um cruzamento para o colega de equipa para dentro de uma zona limitada por quatro cones. O treinador pode adicionar mais alguma dificuldade ao exercício, adicionando um adversário que tenta desarmar a bola (obrigatoriamente, este adversário irá pressionar imenso) e/ou diminuir a área para onde o jogador cruzará. No fim do exercício, vence o par de jogadores que conseguiu mais pontos.
O terceiro exercício, por mais simples que pareça, envolve imenso ritmo para habituar o jogador a finalizar. Dividido em duas fases, um colega de equipa tentará o cruzamento para um jogador finalizar. Na primeira fase, um adversário passa a bola ao jogador que vai cruzar, movimenta-se para a contenção, desarme e interceção. Por sua vez, o jogador que vai cruzar tenta cruzar o mais rapidamente possível. Na segunda fase, o jogador em frente à baliza apenas tem de finalizar. Neste exercício, o treinador deve mentalizar os jogadores no flanco direito que: o jogador que tentar intercetar/desarmar, se passar a bola com qualidade e dificultar a própria tarefa, irá treinar passe e marcação com mais eficácia; o jogador que cruza a bola, se esperar pelo defesa, irá treinar 1x1 com mais eficácia também. Isto é, o treinador mentaliza que, ao facilitar a tarefa do ser adversário e dificultando a própria tarefa, está a treinar mais e melhor.
Por último, no quarto exercício, o treinador adjunto serve-se de várias bolas que cruzará com a mão para um jogador finalizar. Após uma finalização, o treinador lança uma bola para o jogador tentar finalizar novamente. Até podem ser utilizados dois ou três jogadores ou quatro neste exercício, onde o que mais importa é o ritmo do exercício e o único estímulo é a finalização. Para ajudar os jogadores a se concentrarem, o treinador cria uma competição. O jogador que mais golos conseguir marcar, vence o exercício.
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Estes quatro exercícios, ou exercícios cujos jogadores sejam estimulados para o processo de jogo que o treinador pretende inserir na equipa, devem ser usados em especificidade, isto é, devem treinar os jogadores que cumprem as funções do processo. Por exemplo, se um grupo de jogadores é responsável pela criação da situação de finalização, passará pelo menos 15 a 20 minutos nos exercícios 1,2 e 3. Para os jogadores que vão finalizar, passam a maior parte do tempo nos exercícios 3 e 4. Lembro que os jogadores devem ser utilizados nos exercícios que melhor treinem a sua função durante o processo de jogo pretendido. O treinador pode ainda fazer rodar os jogadores por todos os exercícios, desde que estes sejam avisados que certos jogadores vão treinar mais em alguns exercícios pela devida função que vão representar. Amenizar os jogadores é muito importante para manter concentração e vontade de trabalho, assim como evitar possíveis desentendimentos por desigualdades.
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Quarta parte - Treino de evolução - 15 a 25 minutos
Será agora realizado um minijogo para colocar em prática este processo que pretendemos inserir na equipa. Através de um exercício onde os jogadores enfrentam todos os estímulos de uma partida de jogo normal, dividido em duas equipas, os jogadores que treinaram na segunda fase formam a equipa ofensiva e o treinador forma uma equipa defensiva baseada em algo que pretenda treinar. Por exemplo, a equipa ofensiva pode circular a posse de bola, e quando encontrar espaço, explode e tenta impor o processo de jogo que está aprender.
O treinador pode ainda repetir o último exercício, e misturar o processo de jogo que inseriu com outros processos ofensivos. Desta forma, os jogadores da equipa aprende a escolher um entre os vários processos de jogo que lhes foram ensinados, assim como consegue realizar, ao longo do tempo, qualquer processo de jogo sem dificuldade alguma, pois aprendeu a realizar os processos de jogo aleatoriamente.
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